terça-feira, 25 de agosto de 2009

DANO - texto da amiga amadíssima Jordete Gomes

Sabemos exatamente quando causamos danos, sobretudo a quem nos importa. Falo daqueles danos provocados por mal pronunciadas palavras, imperativas, jogadas unicamente para mostrar desagrado, vontade de provocar outra atitude ou simplesmente um pedido de socorro. Mas, e quando elas saem sem a menor vontade do dono da voz? Tipo língua solta quando se está fazendo duas coisas ao mesmo tempo?

Para as conseqüências, se foi por vontade ou sem querer, é irrelevante porque a dor é igual. Magoamos e nos sentimos as piores pessoas desta vida, principalmente quando o alvo se trata de alguém com quem temos uma boa história de que muito nos orgulhamos.

Seja amor, amizade ou um simples laço de afeto que ainda precisa crescer. O que queremos verdadeiramente é que o nascimento de qualquer desses laços, como o nascimento de uma vida, sejam precedidos de uma história de amor e, se ainda nos for dado o direito de escolher, que seja uma história bonita.

Acho que o excesso de silêncio tem causado algum embaraço nos meus pensamentos, ando aumentando as coisas, criando monstros, inventando gestos para os outros. Afinal, que tipo de amor seria um que não suportasse o peso de uma palavra inadequada diante da história de uma vida que prova justamente a solidez tão invejada em tempos de sentimentos fulgazes e descartáveis? Como medir tão insatisfatoriamente e agredir os bons sentimentos de outra pessoa? E se você, dentro de sua arrogância e soberba idiota, só diz e comete atos politicamente corretos, onde está sua humanidade?

Sei não... ainda bem que bulbo de mercúrio não mede febre de loucura e sempre haverá um jeito de esconder tais sintomas até o dia fatídico em que a vontade de rasgar dinheiro ou de tirar as roupas sem pudor se impuser acima de todos os medos. Ainda bem que já nos reconhecemos seres imperfeitos donos de doses nem sempre muito bem equilibradas de sanidade e loucura, amor e raiva, beleza e feiúra, erros, acertos e consertos, mas com uma vontade incomensurável de fazer dar certo.

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